QUEM SOMOS?

DEFINIÇÃO

Culto religioso pagão de ascendência Wicca de matiz celto-galaica.

Se denomina em nossa antiga língua como: "Wikkā Kāltaikā".  Wikkā do proto-indo-europeu, atributo a quem pratica magia. Preferimos essa etmologia ao invés de "bruxa", denominação de atribuição depreciativa nos impostas.  Kāltaikā é o primitivo gentílico dos galaicos quando da ibéria pré-romana, chamada de Kaltia. Assim teriamos como tradução "bruxaria galaica".

Como nome "fantasia", adotamos o nome: "Wicca Keltaica", para melhor familiaridade da terminologia pelo grande público, posto a maior ligação de kelto por célta (término já completamente latinizado). No que pese, as profundas diferenças que temos para com as tradições wiccas surgidas em meados do séc. XIX, com Gardner e suas respectivas derivações. 


PADRÃO RELIGIOSO

Esta religião pertence ao Grupo Confessional Pagão, Família Religiosa Wicca, Ramo Wicca Tradicional e Tradição Celto-galaica.
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ESTRUTURA

Wicca Keltaica se remodelará através da simbiose entre Bruxaria Tradicional, reconstruccionismo histórico (de corte etnológico, arqueológico) e a renovação litúrgica (pautada pela revisão, de conciliação e de adaptação cerimoniais) de todas as referências e doutrinas ou corpus religioso sobre as quais se sustenta. 

Em linhas gerais, ordena-se segundo uma estrutura determinada pelos seguintes órgãos:

Colégio Sacerdotal. Formado por todas aquelas que alcançaram o grau do Sacerdócio e do Sumo Sacerdócio na Wicca Keltaica.
Congregação (Coven). Formado por todas as integrantes de uma congregação reconhecida pela Wicca Keltaica.
Irmandade de Congregações. Sob esta estrutura estão representadas todas as Congregações conhecidas da Wicca Keltaica.
Câmara da Arte. Pegue uma representação de cada Tradição das existentes entre as Congregações reconhecidas pela Wicca Keltaica.
Consejo Wiccano. Está formado pelas pessoas que alcançaram o Sumo Sacerdocio, tenham uma trajetória em sua condição de ao menos 20 anos e tenham sido eleitas pelo Conselho wiccano.
Sumo/a Sacerdote/isa Consejo Wiccano. Será eleita pelos membros do Conselho Wiccano, siendo el Fundador de la Wicca Celtíbera el primero en tener reconocida esta atribución.
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ORGANIZACIÓN

Wicca Keltica a se organiza em: Crentes, Iniciados e Sacerdotes, se bem dentro da própria estrutura orgánica desta Tradição, desde: Iniciados, Sacerdotes e Sumos Sacerdotes.

Crente (fiel ou devoto). Refere-se àquelas pessoas que, sem serem iniciadas na Tradição, compartilham a sua devoção por suas Divindades, ritos e tradições, à margem de sua filha ou pertença a outros Cultos ou, na sua falta, tratar-se de menores de idade. Não fazem parte propriamente dita da Instituição ou participam das prerrogativas de seus iniciados, embora possam participar, excepcionalmente, auxiliando algumas de suas cerimônias públicas. Para formalizar a sua devoção e ser reconhecidos como crentes, tem de legitimar essa circunstância através de um ritual de hospitum ou geminação.
Iniciado/a. Considera-Se como tal a pessoa que, após os testes e avaliações pertinentes passou um período mínimo de um Ciclo (um ano e um dia) e foi iniciada na Wicca Celtibera após o ritual relevante e nas formas estabelecidas para o efeito.
O Sacerdote/isa. Atingir o Sacerdócio, as pessoas que, após ter sido constatado um período não inferior a seis anos, como Iniciados, superem as provas e avaliações relevantes após o ritual apropriado e nas formas estabelecidas para o efeito.
Sumo/Sacerdote/isa. Atingir o Sumo Sacerdócio, as pessoas que, após ter sido constatado um período não inferior a 12 anos como Sacerdotes, superem as provas e avaliações relevantes após o ritual apropriado e nas formas estabelecidas para o efeito.
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TRADIÇÃO

Esta Confissão Religiosa define-se como um Culto Wicca de caráter Tradicional, pois mantém a condição de transmitir seu conhecimento a partir de uma linhagem definido através da iniciação. Em particular, a transmissão da Tradição Keltaica.

É considerada de corte Tradicional, porque responde a uma organização previamente estabelecida, pré-existente, o que exige uma única forma de transmissão que seja protocolaria, gradual e verificável; situação que ocorre de forma ininterrupta.

A Tradição é transmitida de forma Hermética Iniciática e Mistérica, edificada sobre a BTH com o termo "Wicca Keltaica"para identificá-la e dissocia-la do resto de Tradições Wicca, pois surge como uma continuidade da Bruxaria Tradicional na Península Ibérica e não em consequência de indução externa alguma. Como tal, apela igualmente a influência e herança do Paganismo, os Cultos precristianos de origem indo-destacando-se, e à margem das influências celtas, principalmente, e que a determinam, o Xamanismo proto-indo-europeu e os Cultos Neolíticos e Paleolíticos desenvolvidos na Península Ibérica.

Nesta Religião coincidem dois dos quatro modelos elementares da Wicca: ter a consideração de Tradicional e, por extensão, circunstancial também ser Hereditária. Ao levar constituída décadas especificamente como Culto Wicca, dá-se o caso e se vão sucedendo linhagens familiares (Tradição Hereditária).

Wicca Keltica tem a singularidade de ser concebida, ao mesmo tempo, para pegar sob sua Instituição qualquer Ramo ou Tradição Wicca que você deseja integrar a mesma, à margem das que lhe são próprias, criando uma estrutura que acomoda as privativas e outras fontes cultuais wicca, a partir de uma Doutrina abrangente e arcaica e, portanto, aberta a várias ramificações, as reconhece organicamente dentro do Culto e respeita seus valores e princípios religiosos, desde que não contradigam, respeitem e respeitem o estabelecido em suas Leis.

Com este propósito: cria um Órgão chamado Câmera da Arte, em que eles têm de entrada e efetiva representação das Tradições que se possam ir juntando mais além daquelas que lhe são próprias ou implícitas de seu Culto (celtas, celtiberas, etc.).

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FESTIVIDADES E AKELARRES

Wicca Keltaika celebra o calendário celta: 13 Akelarres e 4 Festivais, correspondentes ao Ciclo Lunar e o Ciclo Solar que completam a Roda do Ano. Rejeita, porém, denomina-las Esbats e Sabás.

Sobre a palavra "esbat", a que se faz derivar de uma estrutura (francês s'ebattre, "jogar" ou s'ébattre," jogar em torno de") com o significado de brincadeira, divertir-se em círculo, em alusão à reunião de bruxos/as quinzenal ou semanal para celebrar os ciclos da lua, sem perder valor ou credibilidade considera mais próximo e apropriado o termo Akelarre, que a sobremesa se identifica também com o herdado pelo fato de a congregação (coven) reunida para a celebração religiosa propriamente dita.

Quanto à expressão "shabat" para se referir a Festas Sazonais ou fixas, não o consideramos adequado, sendo um empréstimo do calendário ritual hebraico, certamente usado pelos cristãos em sentido pejorativo para a Bruxaria, como já apontar Gardner, e ao não se conformar a um padrão religioso adequado é usada como substituição o termo "Festival" por entendê-lo o mais próximo.

Ciclo Lunar. Fundamentalmente os 13 Plenilunios do Ano Solar. Há aqueles que contemplam a partir de uma perspectiva igualmente religiosa dos Quartos lunares ou os Eclipses que ocorrem (Dois), conferindo-lhes um ritual ou Serviço religioso adicionado.

Ciclo Solar. Os 4(quatro) períodos sazonais, em nosso caso, correspondente ao hemisfério sul, dito "roda sul":

– 1º de Novembro. O Samonios. Trinuxtion Samoni (as três noites de Samonios) o Calendário de Coligny, cuja conclusão principal é ainda Oíche Shamhna (gaélico, noite de Samhain). Em galês, é conhecida por Nós Calan Gaeaf, a primeira noite do inverno. É uma das datas mais importantes do Calendário. É celebrado o Ano Novo religioso, é a Noite dedicada a homenagear os Antepassados e lembrar os Mortos, tempo em que a barreira entre os mundos se dilui, momento de magia, reuniões e festas.

– 1º de Fevereiro. Ambívolka. Festival para a Devoção à Deusa Nábia/Ataegina (A muito Luminosa, ou muito Alta), em cuja honra e sob a sua invocação é realizada. Festa do fogo do lar, a chama que não queima, de velas, de inspiração. O nome da festa vem a significar odre ou olho de carneiro, também saco de banha, termos relacionados com o nascimento dos cordeiros e de sua amamentação.

– 1º de Maio. Beltainios. Fogo de Bel/Belenos. Festa solar consagrada ao Deus Belenos. Festa para a purificação de pessoas, os campos e os animais. Marca o início do verão e a ressurreição do Sol em justaposição com o Samonios, que é quando morre, eixo sobre o qual se baseia o ano. É uma festividade que exalta a volta à vida, da vegetação e da atividade em todas as suas formas.

– 1º de Agosto. Lugunasada. Casamentos de Lug/Lugo. É a festa do fim da colheita, a colheita, em honra do Deus Lugo e sua Mãe Tailltiu. Representa esta data as núpcias sagradas do Deus da Terra, em que se celebram os dons recolhidos dos campos. É também o momento de celebrar as núpcias ou compromisso de prova, pelo que os participantes ficavam localizados a ratificar seu casamento, passado um ano ou até o Beltanios se resultado com descendência. Tempo também de Feiras e mercados.

À margem, existem outras festas e comemorações que coincidem com efemérides e eventos próprios ou significativos dos Cultos que a compõem, do paganismo em geral, e da Tradição, em particular, e que fazem parte de seu Calendário Sagrado.

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PANTEÃO

A Wicca Keltaica é uma Confissão Religiosa de caráter Pagão (politeísta e idolátrica) com foco nos Deuses do panteão celta da antiga Kaltia/Keltia (peninsual ibérica).

Ensina a natureza de seus Deuses através de símbolos, signos e imagens, com a invocação de divindades tais como Corono, Cailleach, Brigantia, Bandua, Ataecina, Endovélico, Netón, Candamio, Lugh, Noctiluca, Dercetio, Trebaruna, Epona, Cernuno, etc.


CRENÇAS

A Confissão Religiosa Wicca, a Tradição Keltaika, fundamenta sua Doutrina e estabelece o seu corpus teológico sob os seguintes PRINCÍPIOS:
  • Crença em um Mundo Espiritual vivo, múltipla e inter-relacionado, do que a nossa existência faz parte.
  • Crença em uma Natureza viva e consciente, sagrada, em que estamos integrados e de que dependemos.
  • Crença no Entanto, como a base teológica.
  • Crença em Espíritos da Natureza, que intermediam, coabitam e interagem com a nossa realidade.
  • Crença na vida após a morte, a transmigração da alma, a Lei de causa-e-efeito e a interação entre vivos e mortos.
  • Crença no Culto da Fertilidade-Fecundidade, as Divindades, os Espíritos da Natureza e os Antepassados.
  • Crença na Sacralidade dos lugares consagrados pelos antepassados para o exercício do Culto, da celebração das suas Festas principais, e o respeito das datas e acontecimentos remarcados Da Tradição.
  • Crença animista em que os Elementos, e tudo que o envolve e constitui o ser humano, tem alma, vida e memória, e o uso consciente ou não, e inteligente, este Princípio, define-se como que por magia.
  • Crença na prática de um Caminho Iniciático mágico e religioso, como base para adquirir a sabedoria e o desenvolvimento espiritual.
  • Crença em que as tradições de nossos antepassados e o conhecimento histórico, são um testemunho vivo e venerável, simbólico e codificado, da origem, das práticas e da Doutrina Wiccana.
  • Crença em que o conhecimento mágico aplicado à prática, pode mudar ou alterar os acontecimentos e a situação do ambiente e das pessoas.
  • Crença em que o conhecimento e a ciência não são barreiras, mas sim ferramentas através das quais se pode compreender a vida e a morte, facilitar o nosso trânsito, assumir a nossa origem e o significado das coisas e evoluir.
  • À margem destes princípios gerais indicados, o bloco fundamental de sua Doutrina vem desenvolvido através de sua iniciação e consequente Caminho Iniciático, que não é público e que, por isso, nem se detalha nem se conhece.

ÉTICA

Como Culto Wicca esta Confissão Religiosa participa de regras éticas, dicas e compromissos que, com maior ou menor semelhança e extensão costumam ser comuns ou de estar mais ou menos presentes na maioria das Tradições da Wicca. Concretamente, a Wicca Keltaica estabelece os seguintes princípios e compromissos:

Princípio do Retorno ou Regra de Três. Toda ação provoca uma reação, que retorna triplicada a energia liberada.
É um princípio muito antigo e generalizado na Bruxaria, levar em consideração que toda ação gera consciente ou inconscientemente repercute multiplicada por três sobre a fonte que a emite.

Princípio do Livre-Arbítrio. O Caminho Wicca é eleito, merecido e secreto.
Na Wicca não se faz proselitismo, nem competir, nem se oferece como meio de salvação. Se chega quando plenamente consciente disso, se você deseja iniciar este Caminho.

A Wicca é iniciado aquela pessoa que já tenha sido previamente aceita, depois de ter demonstrado a quem a transmite a atitude necessária para percorrer seu Caminho.

Na Wicca são silenciosas, o que passa dentro de você está dentro, não é necessário dizer mais.

Compromissos:

Fixa, além de três condições expressas em seus iniciados/as: que haja um compromisso de fé, um compromisso de fidelidade e compromisso de sigilo.

Compromisso de Fé. Qualquer pessoa que deseja iniciar-se nesta Tradição Wicca, você deve desvincular-se para todos os efeitos (apostatar), de qualquer outro Culto que se diga ou o que estiver jurisdicionado. Quem não quer fazê-lo pode seguir paralelamente a este Caminho, como crente, mas nunca iniciar-se nele.

Compromisso de fidelidade. Para se iniciar em Wicca Keltaica, deve existir um compromisso jurado fidelidade ao Culto, fraternidade para o resto de pessoas iniciados/as e hospitum entre Danças.

Compromisso de Sigilo. Os ensinamentos, conhecimentos, reservas e bastidores do Culto, os seus membros, práticas e deliberações, ficam dentro do Culto. Desrespeitar isso pode ser considerado traição. Alcança mais além de estar ou deixar de estar vinculado a esta Tradição, pois exige compromisso sagrado, formal e legal de guardar segredo de tudo o que acontece dentro, mas já não pertence a esta Tradição.

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